Historicamente subestimados, o lazer e o prazer são componentes essenciais para a manutenção da saúde física e mental. Muito além de “tempo livre” ou “diversão”, essas experiências desempenham um papel biológico e psicológico fundamental no equilíbrio do organismo.
O lazer inclui atividades que proporcionam satisfação pessoal, sem obrigação ou cobrança de desempenho. Pode envolver desde praticar esportes, ouvir música, ler, cozinhar, até socializar com amigos. Estudos mostram que essas atividades reduzem os níveis de cortisol, melhoram o humor e até fortalecem o sistema imunológico.
O prazer, por sua vez, está diretamente relacionado ao sistema de recompensa do cérebro. Ao realizar algo prazeroso, como saborear uma comida favorita ou receber um carinho, o cérebro libera dopamina, neurotransmissor associado à motivação e ao bem-estar. Essa liberação não apenas gera sensação de prazer imediato, mas também contribui para a aprendizagem e formação de memórias positivas.
Privar-se de lazer e prazer pode levar a estados de estresse crônico, ansiedade, depressão e síndrome de burnout. Numa sociedade que valoriza a produtividade extrema, reservar espaços para o ócio criativo e o prazer pessoal é um ato de autocuidado.
A neurociência também aponta que atividades de lazer favorecem a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar, aprender e se recuperar. Jogos, por exemplo, podem melhorar habilidades cognitivas como memória, atenção e tomada de decisão.
Portanto, promover espaços de lazer e prazer é promover saúde. É uma necessidade humana básica, e não um luxo. Reorganizar a rotina para incluir momentos de satisfação pessoal pode ser uma das mais eficazes estratégias de prevenção em saúde mental.