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Por trás de todo excesso, mora uma falta: o que seu comportamento está tentando contar?

Você já se perguntou por que, às vezes, parece que precisamos de “mais” para dar conta de tudo?

Mais comida.
Mais compras.
Mais horas de trabalho.
Mais séries, mais redes sociais, mais distrações.
Mais do que o corpo precisa, mais do que a mente aguenta.

Vivemos em uma cultura do excesso — e muitas vezes achamos que isso é apenas falta de disciplina ou força de vontade. Mas e se o excesso for, na verdade, um pedido de socorro disfarçado?

E se o que você está tentando preencher do lado de fora for um reflexo de algo que está faltando aí dentro?

O excesso é o sintoma. A falta é a causa.

Comer além da conta, trabalhar sem parar, buscar aprovação constante, manter-se ocupado o tempo todo…
Na superfície, tudo isso pode parecer apenas “um estilo de vida acelerado”. Mas, se olharmos com mais presença, o excesso é, muitas vezes, uma forma de anestesiar ou compensar sentimentos não escutados.

Comportamentos excessivos costumam apontar para um vazio emocional não reconhecido — e esse vazio pode ter muitos nomes:

  • Falta de acolhimento
  • Falta de conexão afetiva
  • Falta de descanso verdadeiro
  • Falta de pertencimento
  • Falta de reconhecimento
  • Falta de sentido

Assim, buscamos no externo o que falta no interno. Preenchemos com ações, consumo, produtividade ou prazer momentâneo, tentando evitar o desconforto que seria olhar para essa ausência com honestidade.

Comportamentos que escondem necessidades emocionais

Nem sempre é fácil perceber que o excesso é uma tentativa de esconder uma dor. Mas alguns exemplos comuns ajudam a ilustrar isso:

  • Comer compulsivamente pode estar ligado à necessidade de conforto e segurança.
  • Trabalhar em excesso pode refletir uma busca por validação e reconhecimento.
  • Falar demais ou agradar a todos pode sinalizar o medo de rejeição.
  • Gastar impulsivamente pode indicar o desejo de controle ou de sentir algo diferente do vazio.
  • Estar sempre ocupado pode evitar o confronto com sentimentos que surgem no silêncio.

Esses comportamentos não são fraquezas. São mecanismos de proteção criados pelo corpo e pela mente para lidar com o que está difícil demais de ser olhado.

A coragem de olhar para a falta

Reconhecer a falta por trás do excesso exige coragem. Porque nem sempre é confortável entrar em contato com o que nos dói.
Mas é justamente esse movimento de escuta e presença que nos dá a chance de transformar — e não apenas controlar — nossos comportamentos.

Quando começamos a perguntar “o que está faltando em mim que estou tentando preencher com isso?”, abrimos espaço para o autoconhecimento.

E esse espaço pode ser o primeiro passo para:

  • Reduzir a autocrítica e aumentar a compaixão consigo
  • Entender suas reais necessidades emocionais
  • Escolher com mais consciência o que te nutre de verdade
  • Construir hábitos que tragam bem-estar, e não apenas alívio momentâneo
  • Reorganizar sua rotina de dentro para fora

O caminho para sair do excesso não está em se punir ou restringir, mas em se escutar com mais verdade.

Quando você faz uma pausa, respira fundo e se pergunta com gentileza:
“Do que eu realmente estou precisando agora?”
…muitas vezes a resposta surpreende.

Às vezes é descanso.
Às vezes é colo.
Às vezes é presença.
Às vezes é só ser escutado sem julgamento.

E tudo isso é legítimo. É humano. Você não precisa ser forte o tempo todo. Você precisa se permitir ser inteiro — com tudo o que sente.


Convite à reflexão: o que tem sido “demais” na sua vida ultimamente?

Você tem sentido que está exagerando em alguma área da sua vida? Já pensou no que pode estar tentando esconder ou compensar com esse excesso?

Compartilhe comigo nos comentários — ou apenas reflita aí no seu tempo, com carinho.
Se quiser aprofundar esse olhar, busque espaços de cuidado, como a psicoterapia, a escrita terapêutica ou práticas de mindfulness.

Lembre-se: você não precisa viver se anestesiando. Você pode viver se conhecendo. E se nutrindo de verdade.

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